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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Desabafos de uma alma e um coração triste

Eu sou uma pessoa estranha, socialmente estranha. Não consigo ser simpática com todos, não consigo achar graça na maioria das coisas que as pessoas acham. Me irrito facilmente. Sinto a necessidade de estar sozinha na maior parte do tempo. Acordo e a primeira coisa que me vem na mente é se a minha alma está feliz hoje. Se hoje eu vou ser capaz de sorrir mais e de não me irritar ou me incomodar com coisas bobas e com as pessoas. Acordo preocupada se estarei feliz ou não. Tudo isso é tão triste, no fim acabo me sentindo triste, sozinha e estranha. As pessoas não conseguem ter paciência com o meu jeito, com a minha seriedade. Na maior parte do tempo não consigo ter uma conversa relaxada, interessante e divertida com as pessoas. Eu sempre sou a chata da turma, a séria, a na dela. Eu não gosto dessas característica, não gosto de me sentir assim. Não tenho uma bagagem cultural que me permita bater uma papo legal com alguém. Não conheço a maioria das coisas que as pessoas que me rodeiam conhecem. Não consigo discutir política, religião, gastronomia, música, porque não tenho habilidade pra debater e defender meu ponto de vista. Isso me afasta das pessoas e do convívio social. Só de pensar me sinto sozinha e com medo. Medo da vida, medo da solidão. A solidão é a que mais me domina. Estou bem rindo e de repente eu vejo ao meu redor as pessoas falando de seus companheiros, de suas namoradas, da vida que estão construindo e o que eu tenho a dizer? Nada, sempre nada. Nada pra construir, nada em vista, ninguém que pelo menos se importe comigo e que me mande todos os dias um oi. O futuro é incerto, eu sei, mas saber que eu estarei desempregada e morando com a minha mãe e com medo de estar sozinha é tão triste e desanimador. É como se a vida gritasse que eu não mereço, é como se esfregassem na minha cara isso. Eu não mereço a felicidade. Eu não sou a moça elogiada, eu não sou a moça que um rapaz olha e diga que bonita, que encantadora. Não, não me sinto assim. Me sinto só, e não me sinto bem. Só de amigos, só de relacionamentos, só de Deus, simplesmente por ter me afastado dEle. Me falta inteligência e coragem, me falta agir. Verbo difícil de lidar. São tantos impasses, tantas dúvidas, tantas tristezas.  Me sinto perdida em mim mesma, no meu mundo. Sinto medo das pessoas, da humanidade, da falta de tato, Sinto medo de como as pessoas reagem a opiniões alheias. É como se cada vez que eu falasse esperasse as pedras serem jogadas na minha direção. Não existe mais tolerância, e o medo das pessoas não me tolerarem, me faz criar uma barreira social maior ainda. Me acostumei tanto a ser sozinha que quando convivo com um grupo por um tempo começo a ficar ansiosa, desesperada por fugir, sair, ficar longe e só. Já nem sei mais como fazer. Sinto que todos esperam algo de mim, mas ninguém faz algo para mim. Meus amigos não me ligam pra perguntar se estou bem, não organizam uma festa ou um presente pra mim, não ficam felizes por eu estar de volta. Me sinto como um estorvo e uma chata, tipo aquela amiga chata do grupo. Me sinto assim. Sei que as vezes não ajudo, mas não posso obrigar as pessoas a gostarem de mim. Se elas não gostam com o coração, se elas não confiam, não tem jeito. Sinto a complicação dentro e mim, como se ela, o medo e a solidão me dominassem e eu não soubesse o que fazer. Olho pra todos os lados e não sei pra onde correr, não sei o que fazer, não sei como pedir socorro. Só sei olhar no espelho, chorar e esperar que as lágrimas sequem sozinhas e que a luz se acenda e me mostre o caminho que eu estou seguindo.

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