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domingo, 18 de março de 2018

O que há no fundo do poço...

Estou caminhando para o precipício... Na verdade já me sinto em um, onde não é possível ver o fim, onde tudo é escuro, gelado e triste. Tento gritar por socorro, mas não consigo, não consigo respirar, não consigo levantar, estou caída e sem forças, há uma venda em meus olhos que não me permite enxergar a fresta de luz que existe no topo do precipício no qual eu caí. Estou com tanto medo. Um medo profundo de que nunca mais saia desse buraco. Buraco cheio de tristezas em que me enfiei. Deixei que as coisas acontecessem, deixei uma brecha do meu coração aberta e tudo foi invadido, destruído, machucado. Está tudo ferido. Não sei o que fazer para sair disso. Sei que Deus em sua misericórdia, está pronto pra me socorrer, mas não tenho forças pra ter fé. Tudo que eu sentia, acreditava, tudo que eu era, ficou lá trás, ficou preso a quem não soube enxergar os estragos que estava fazendo. Não posso culpar ninguém, somente eu mesma. Eu, a descuidada, a tola e inocente. Que acreditou estar vivendo em um mundo inexistente. E agora, bem, agora não consigo respirar, viver, não consigo pedir ajuda, acabou a força, a vontade. Tudo que você vê hoje é apenas o casco, por dentro está oco. Por dentro só existe dor. É fácil se enganar com o que há por fora, porém o que conta é como está dentro e dentro de mim só existe sentimentos inrreconheciveis, uma pessoa que eu não sei quem é. Hoje eu não me sinto inteira, não me sinto feliz. E penso em qual é o objetivo de tudo, da minha existência, de sentir tanto, de querer tanto e ao mesmo tempo nada. De não ser capaz de ser amiga, amante, mulher, filha, enfim, ser. Não sei o que me resta, não sei o que será do amanhã. Só digo que o hoje, já não existe mais, apenas as palavras que eu precisava tirar de dentro de mim antes que me sufocassem de vez. 

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