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domingo, 26 de março de 2017

Você ainda está aqui

Há muito tempo que sinto falta de tudo, sindo falta de nós, de mim, falta de sentir, de sorrir, de perder tempo ao seu lado, mesmo em silêncio ou jogando conversa fora. 
Sinto como se eu perdesse um pedacinho de mim a cada passo, a cada dia longe de você, sem nos falar, sem manter o contato.
Sinto que já não sinto mais. Você me deixou sozinha, vazia e perdida. Me deixou sem chão, com lágrimas, inconsolável. E o que me restou foi apenas a dor, a tristeza constante e se acostumar a ficar sempre sozinha.
Ainda sinto que se não for com você, não será com ninguém. Fui decidindo ao longo do caminho, mesmo sem querer, que a solidão é mais fácil, é mais amiga, traz esperança e acalento, pelo menos foi o que eu quis acreditar.
Lidar com sua ida é tão doloroso, aceitar que não faz parte da minha vida dói mais do que ficar sozinha.
Quero que saiba que está sendo um sacrifício tremendo lidar com essa solidão. Me acostumar à ela foi tão fácil que deixei que tomasse conta de todas as áreas da minha vida e agora estou tendo que lutar pra expulsá-lá de mim. 
A dor de saber que está aí e não me quer é constate, hoje suave, porém constante. Já não choro mais por você, nem pela saudades que sinto. Não consigo mais chorar, não vale a pena mais chorar. Já me acostumei com a dor, mas não vejo razão pra chorar. Você decidiu não ficar e tenho que lidar com isso, sem que afete toda minha vida.
Acredito que a dor se tornou companheira da saudade, é como se sem uma a outra não sobreviva. Eu quero sentir saudades, quero sentir que há chances, mesmo não havendo chances, quero sentir esperanças, mesmo que não exista, por isso tolero a dor. Na doce, vã, ilusão de que me mantenha alerta para a sua existência, tão importante para mim.
Sua existência me faz lembrar que em um momento da vida eu fui desejada, não sei se amada, mas desejada, fui a preocupação de alguém, fui aquela pessoa que você esperava ansiosamente ficar on-line para bater papo a tarde toda, a pessoa que você mandava mensagens a noite, ligava pra jogar conversa fora... a pessoa que você disse que não queria mais, mas que hoje ainda se interessa pela sua vida. 

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